Na biografia, os Ciclos de Vida podem ser observados também através das estações do ano: Primavera, Verão, Outono e Inverno. E neste contexto os setênios (cada 7 anos) formam uma tríade ou um tríptico biográfico que nos leva à transformação do homem físico para o homem espírito. É um aprendizado constante. Veja abaixo como seria esse processo.
Primavera
Verão
Aqui, com o receptáculo cheio do que recebemos da Primavera, começamos a realizar trocas e a desenvolver a autoafirmação e a autoeducação. Ativamos o nosso sentido de direção e junto vem a impulsividade. É um tríptico de impulso externo, dos relacionamentos com o mundo, porque vamos para a vida. As habilidades técnicas, organizacionais e sociais começam a preencher a biografia e nos levam dos 21 aos 42 anos para a busca, a conquista e a consolidação do nosso lugar no mundo. É um lutar constante. Muito calor e muito suor! Nesta fase temos a certeza de que o nosso corpo físico dá conta de tudo. Não impomos limites porque nossa alma quer mesmo é viver as sensações, as razões, os sentimentos e as relações humanas até a chegada da consciência quando temos um encontro com a maturidade. A maturidade vem sempre acompanhada por uma crise de autenticidade por volta dos 40 anos. Atualmente com a nova geração em atendimentos no consultório, percebo que esta crise tem chegado antes, muitas vezes entre os 30 e 35 anos.
Outono
A conquista do outono na biografia percorre o ciclo dos 42 até os 63 anos. A crise de autenticidade na maturidade nos leva ao autodesenvolvimento da sabedoria e nossas habilidades se transformam naquilo que é necessário e essencial. Valorizamos o que vem de dentro e não mais o que vem de fora. É um tríptico de movimento interno. Libertamos e expressamos mais o pensar, o sentir e o querer. Imagens, inspirações e intuições passam a ter mais significados individual. Nós nos entregamos à serenidade e à presença da essência individual. Descobrimos a verdade, a beleza e a força interior que nos levam a ter uma visão de conjunto mais integrada e criativa com as nossas relações humanas e sociais. Neste tríptico existe um preparo para nos tornarmos mestres de nós mesmos a partir dos 63 anos.
Inverno
Para viver aquecido no inverno da biografia temos que ter passado com “louvor” pelas estações anteriores, ou seja, temos que ter aprendido as lições. Aqueles que não aprenderam lições nas outras estações podem reconhecer o que não foi trabalhado e bem digerido e fazer uma autogestão do que ainda pode ser transformado. Após os 63 anos é um período em que novos talentos podem ser descobertos, e geralmente estão conectados com as artes, como pintar, escrever, fotografar, cozinhar, etc. Gosto de dizer que quem chega aqui com “louvor” são aqueles idosos queridos que a gente quer sempre um abraço, uma palavra e não quer parar de conversar. São aqueles que têm a sabedoria conquistada pela experiência vivida e “transformada” ao longo da biografia. Transformaram-se em homem espírito. Sim, são mestres de si mesmos. Uma fase luminosa da vida que o ocidente ainda está aprendendo a valorizar.
Que essas poucas palavras possam ter clareado e criado uma imagem dos ciclos de vida na biografia tendo como partida as estações do ano. Abaixo uma imagem de como podemos ver a biografia, não em linha reta ao longo do tempo mas usando formas arredondadas para melhor pesquisar. Na Antroposofia essa imagem tem muitas outras explicações profundas e coloquei aqui algo mais leve ligado às palavras que usei no texto, dando a possibilidade para quem ler poder formar uma nova imagem da linha do tempo.
Abraços Libertadores!
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